quarta-feira, 30 de julho de 2008

O PULO

- você precisa pular mais alto, filho!
- Mas eu não consigo!
- claro que consegue, você é meu filho e precisa tentar!
- Não consigo, pai!
- Vai, rapaz! Cadê o HOMEM do papai?!
O menino sai do brinquedo e corre para junto da mãe dele.
O pai, com cara de decepção mais uma vez, é bom lembrar, sai dali e pergunta ao filho?
- O que houve? Hum?
O menino responde:
- Eu não consigo pular mais alto que isso!
- Como não? Por que não volta lá e...
- Chega, César!!! Diz a mãe. Deixa o menino, ele é uma criança.

Saíram do pequeno parque no único domingo que o pai arrumou para estar com a família. O pai resmungando com o filho dizendo que ele só quer saber de ir pros braços da mãe quando se sente magoado.

Uma noite fria e a luz do corredor acesa pra iluminar um pouco o quarto do menino.

Quanta reflexão pode haver numa noite? O que foi aquilo que o pai sentiu quando simplesmente pousou a mão sobro o corpo do filho já quase tomado pelo sono?

- Filho?
- hum...
- Você não precisa. Esquece, tá?
A criança abraça o pai, mas parecia nem saber o que estava fazendo tamanho o sono dele.
O pai, sem saber muito o que tinha dito e qual seria a reação do filho depois disso, agradeceu a noite calada após um dia tão agitado e se desculpou com sua mulher ao se deitar.

O menino não voou como o pai havia desejado naquele domingo passado, mas o pai já não precisava de mais nada daquilo.

Um comentário:

Unknown disse...

Pela primeira vez na vida passei por essa situação. Rapaz, que aprendizado!!!