quarta-feira, 30 de julho de 2008

meu amigo

ainda se via um poste aceso ao fundo da rua.
De repente, ele apaga. Me dá um pouco de medo, claro
mas vou seguindo em frente sem me dar conta
do que estava realmente me acontecendo.

Penso no que faria se alguma coisa viesse em minha direção.
Aliás, penso mesmo em ser mais um a ser recebido por um pitt bull, coisa muito comum.
Uma mordida na perna...humm, dou um grito ou procuro algo pra dar na cabeça do coitado.
Ah, antes ele do que eu, lógico.
Agora, se ele vier em meu pescoço, o que seria quase fatal, mordo ele também
sem pena, nem vou querer saber.
Cara, que raiva que eu senti daquele pitt bull, mesmo sabendo que ele estava só em minha cabeça,
mas eu tinha certeza que ia encontrá-lo. Cão danado! Não sei quem criou essa bosta de raça.

Sigo. Já em meio à escuridão me dou conta dos meus olhos buscando ver qualquer coisa.
junto com o medo, um som. Patas, pra ser mais exato e é nesse ponto em que o poste se acende e pude ver o vira-lata magrelo me fitando. Ai, graças por ser aquele infeliz e não um pitt bull mesmo.

- Vem, totó - eu disse pra ele. Mas, bastou eu dizer isso que vem do outro lado da rua o pitt bull do meu pesadelo. Musculoso, babando e com olhos mais parecendo o próprio demo, avança pra cima do pobre vira-lata e os dois começam uma luta feroz e desleal.

Rezo...rezo muito pelo cão que não tem culpa inclusive de ser tão feio com seu rabo de rato e um tom marrom que contrasta com um cinza tenebroso.
Na briga, a poeira da rua sobe e eu procuro abrigo em cima de um muro
baixo de tão quebrado que já estava.
Eu gritava apoiando meu companheiro:
Calma, totó!!! Ai, meu Deus! Força, amigo!

Não demorou muito e la´vai ele pelos ares. Cena de filme mesmo. Só pude ver o marrom embaralhado com o branco...
Peraí! Branco? Caraca! O cão que estava destruído era o pitt bull! completamente machucado e totalmente sem rumo.
- Calma, pitt bull!!!! Eu gritei. Ai, meu Deus!
Ele era realmente muito forte e mesmo todo estropiado, fugiu!

Eu, de cima do muro, não aguentei e gritei:
- Socorro! Alguém tira esse assassino daqui!

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