Filha...
São tempos difíceis esses, hein?
A gente não vai cabendo nas roupas... Ou vice versa...
A gente vai desengonçando, vacilando nos passos...
A gente vai ficando mais exigente, menos feliz e cada vez mais triste...
Tudo pesa, tudo enche, tudo só pode estar dando errado...
A gente começa a reparar em nossos pais e percebe que eles já nem reparam tanto...
Quanta felicidade!!! Estamos sós!
Perdoe-me, meu amor... Não sei como fui me tornar tão egoísta...
Onde eu estava com a cabeça quando achei que estava te entregando uma vida?
- você ainda tem muito que aprender! – eu disse
Só faltou você me dizer:
- sim. E você ainda tem muito que me ensinar.
Você teria me desbundado completamente, sabia? Teria fincado completamente a minha função de pai... De amigo... De professor...Mas você nada disse.
Na falta de palavras, filha...não posso deixar de dizer o quanto você está linda...
Já senti o toque da sua mão suave de criança e teria muito medo de segurar a mão de uma mulher.
Segure a minha mão agora! Na adolescência conturbada, insegura, vacilante...
Humildemente eu te peço. Ensina-me a viver contigo.
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