sábado, 6 de fevereiro de 2010

NADA PESSOAL

Mais uma vez ele acordou abraçado ao travesseiro

Sim, queria que fosse diferente.

Queria que todo dia fosse um fim de ano

Carregado de risos e com menos medos

Seus passos ensaiados até a esquina

São guiados pelo cheiro de mel que sente

O céu fica mais perto e ninguém sabe

Que ele sorri por si mesmo e observa tudo

Nunca lhe deram braços abertos

Nem ouvidos curiosos pelo dia

É preciso estímulo pra soprar mais uma vela

E sem portas ter coragem de abrir janelas

Mas, tanto faz pra quem nunca teve cor.

Pra quem não viu o amor de perto

Faz de tudo pra ficar sozinho

Parece que não quer saber de alguém

Tem no coração um espinho

E um medo de se refletir

Talvez seja ela um amor perfeito

Pra ser pintado em sua parede crua

Onde o cinza tem lábios vermelhos

E o beijo um gosto de abraço

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