terça-feira, 5 de outubro de 2010
mundo além
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
APROVEITEMOS
segunda-feira, 5 de abril de 2010
sábado, 3 de abril de 2010
UM DIA DESSES...
Não pude deixar de observar o jeito dela entrando no ônibus.
Parecia mesmo que ela estava no último corredor antes chegar à cadeira elétrica.
Ao sentar ao meu lado me pedindo licença para se sentar na janela,
Senti um peso e um ar de repudia em suas palavras.
Além de achar estranho aquela forma de falar comigo,
Resolvi ser o mais delicado possível, fechei o livro que lia com um dos dedos dentro da página em que estava e aproveitei pra dar uma leve cheirada em meu próprio braço.
Afinal, com aquela cara que ela estava eu só podia estar com algum problema.
Uma mulher de óculos, uma bolsa enorme presa bem firme em seu braço, unhas pintadas com uma cor bem fechada, sapatos de salto com alto algo em torno de 13cm no mínimo,
Cabelos bem lisos penteados desde a hora que acorda até a hora que entra no ônibus, um batom combinando com as unhas e tão escuro quanto e um perfume...
Aquele perfume me trouxe várias lembranças...Alguém já tinha usado aquela fragrância, mas quem? Quando? Apesar daquele cheiro me trazer alguém que não lembrava a cabeça, não acho que as melhores essências estão nos menores frascos e sim, num frasco que você não pode pagar pra ter.
Ri com essa minha mais nova estúpida idéia e abri o livro para ler mais algumas páginas.
Coitada! Ela sentou justamente na parte onde o sol batia firme naquele horário. Se tem uma coisa que sei é o horário em que o sol bate e em qual lado do ônibus. Tenho muita experiência nisso e nunca sento no local errado. Ela, além de parecer não ter tido outra opção mais interessante pra ter como companhia, ainda derretia ao meu lado num sol de mais ou menos 40 graus.
De repente, de sua bolsa sai um leque que pra variar combinava com seus balangandãs. Ao iniciar o processo de sacudir aquele objeto, suas pulseiras começaram a soar como um caxixi de berimbau de um capoeirista. Não tendo outra opção, ela tirou as pulseiras daquele braço e colocou-as no outro pra não me incomodar. Educação ela tinha. Ponto! Chegou minha hora de descer. Eu estava no meu destino. Ela ainda ficou no ônibus e tomou meu lugar com um fúria do sol e talvez alívio por não estar mais ao meu lado. Não sei ao certo, mas o resumo da coisa é que parece que algumas pessoas realmente não se encaixam em determinados lugares. Não sei se sofrem, mas que carregam uma bigorna no pescoço, isso carregam.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
...
Apesar da dor, eu falo
Mesmo no calor, eu sigo em frente
Sou firme, mesmo lento
Leio e releio, eu tento
Faço graça pra passar alegria
Estando alegre, mudo meu dia
Sou feroz com cara de besta
Seu amor também me sustenta
Ajudo no que posso a vida
Rebato sem vontade, que pena
Não me gaste, apenas me goste
Sorte, te desejo sorte
E mais um pouco, é tão pouco...
Não me olhe de cima abaixo
Me olhe no fundo dos olhos
Me queira bem
Do contrário, queira outro
Mas queira alguém
E mais um pouco, é tão pouco...
sábado, 6 de fevereiro de 2010
NADA PESSOAL
Mais uma vez ele acordou abraçado ao travesseiro
Sim, queria que fosse diferente.
Queria que todo dia fosse um fim de ano
Carregado de risos e com menos medos
Seus passos ensaiados até a esquina
São guiados pelo cheiro de mel que sente
O céu fica mais perto e ninguém sabe
Que ele sorri por si mesmo e observa tudo
Nunca lhe deram braços abertos
Nem ouvidos curiosos pelo dia
É preciso estímulo pra soprar mais uma vela
E sem portas ter coragem de abrir janelas
Mas, tanto faz pra quem nunca teve cor.
Pra quem não viu o amor de perto
Faz de tudo pra ficar sozinho
Parece que não quer saber de alguém
Tem no coração um espinho
E um medo de se refletir
Talvez seja ela um amor perfeito
Pra ser pintado em sua parede crua
Onde o cinza tem lábios vermelhos
E o beijo um gosto de abraço
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
WANDER
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
FLASH
Ví jamelões caídos no chão do prédio.
Mais um ano seu passou, eu acho.
Passeio com meu cachorro e penso o quanto gosto dessa fruta.
Lembro das vezes em que comi de verdade um monte delas,
Na casa de um baterista de uma banda que tive.
Ali conheci o Jamelão.
Subi no pé, peguei um cacho do meu prêmio enquanto a vizinha me observava.
Sem me importar e com a blusa roxa, desci do pé, comi todas de uma vez e voltei.
- Você gosta dessa fruta?
- sim, respondi.
Voltei pro ensaio. A gente ensaiava toda hora. Ficamos muito bons naquilo.
Não demorou muito e éramos três caras comendo jamelões à vontade.
Ríamos e íamos pra casa depois de mais um fim de semana.
Ao ver os jamelões caídos no chão do prédio,
Pude perceber o quanto essa árvore é alta, mas!
Percebi principalmente que senti uma vergonha só em pensar estar em cima dela
Como seria estranho fazer aquilo e ensaiei de olhar pro lado,
Pra ver se tinha gente olhando.
Subir naquele pé ficou na vontade.
Mas, saboreei de novo aquele fruto e estive lá no ensaio com meus dois amigos.
Juntei o cocô do meu cachorro. No chão, apenas os jamelões